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terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Foliões do Interior do Estado contarão com menos policiais militares durante o Carnaval

Assim como Recife e Olinda, que são conhecidas por levar milhares de foliões às ruas, avenidas e ladeiras durante o Carnaval, o Interior de Pernambuco também é destino de outra multidão de pessoas, seja para curtir os Papangus de Bezerros, os Caretas de Triunfo ou as troças de Pesqueira, todos inclusos na programação do Governo do Estado.
Onde há grande contingente de público, se faz necessária a presença de um maior número de homens da Polícia Militar, corporação diretamente envolvida na segurança dos polos de animação do Estado. No entanto, pouco menos de uma semana para o início do Carnaval, fontes de batalhões localizados no Interior têm se queixado do desfalque de homens para a Festa de Momo, algo que, segundo as denúncias, poderá colocar em risco a segurança dos foliões. No total, mais de 600 policiais do Interior devem compor o patrulhamento na RMR.

Uma dessas queixas vem do 23º Batalhão da PM, em Afogados da Ingazeira, no Sertão do Estado. Segundo o cabo Murilo, integrante da unidade, a população da cidade sertaneja contará com 25 policiais a menos no Carnaval. O efetivo será deslocado da cidade para realizar a segurança nas festas da Capital. “Estamos quase 45 dias sem ocorrências de crimes de homicídio na área de atuação do batalhão, o que não significa que não temos outros problemas de violência. É importante lembrar que também temos Carnaval, claro que em menor volume de pessoas, mas também precisamos garantir a segurança dos foliões sertanejos”, relata.
De acordo com o cabo, essa é a primeira vez, desde que ele atua na unidade, que o contingente de policiais é deslocado para atuar na RMR na Festa de Momo. Ele acredita que o desfalque na tropa será sentido pelos moradores da região. “É evidente que se retirar um homem da tropa a unidade e a população sentirão a consequência”, denuncia Murilo. Segundo a Associação Pernambucana dos Cabos e Soldados Policiais e Bombeiros Militares (ACS-PE), o 23º BPM, que abrange mais de 10 cidades do Sertão, é a unidade que possui o menor efetivo do Estado. Outro ponto criticado por Murilo é em relação ao tipo de trabalho que os policiais desempenharão na Capital. “Muitas vezes são deslocados da tropa policiais que não possuem experiência para lidar com situações de conflito em grandes eventos, como o Carnaval”.

Os problemas em relação ao efetivo para o Carnaval também atingem a região de Serra Talhada, que é de responsabilidade do 14º Batalhão da Polícia Militar. Adeildo Alves, representante da Associação Pernambucana dos Cabos e Soldados no município, diz que o deslocamento de policiais para a Capital também poderá prejudicar o patrulhamento durante as Festas de Momo em Serra. “Esse é o primeiro ano em que serão deslocados PMs do Interior para a Capital. Antes, era o pessoal da Capital que vinha reforçar a segurança no Interior. Assim como no Recife, nós também temos confusões em festas, sobretudo no período carnavalesco”.

Ciente das queixas, a ACS-PE faz coro aos problemas mencionados e acrescenta ainda denúncias sobre as condições as quais são recebidos os policiais vindos do Interior. “O Comando da Polícia não dá condições dignas de alojamento e alimentação. Na maioria das vezes os policiais são colocados para dormir em locais improvisados”, reclama o diretor da entidade, José Carlos dos Santos. Sem mencionar nomes, Dos Santos disse que até comandantes de área tem relatado denúncias sobre problemas com efetivo.

“É muito perigoso deslocar policiais dessas regiões, que são alvos frequentes de assaltos a bancos e explosão de caixas eletrônicos”. Por fim, o diretor relata queixas dos policiais referentes ao pagamento das diárias de Carnaval, deduzidas sempre após a festa. De acordo com o representante da associação, o correto seria o depósito antes do período carnavalesco, para ajudar no custeio dos policiais com alimentação, transporte e demais necessidades.
Documento

As consequências do deslocamento de PMs do Interior para a Capital, segundo a ACS-PE, é fruto de um problema divulgado pela entidade há algum tempo. No início deste ano, a associação que representa os cabos e soldados da polícia e dos bombeiros entregou um documento à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PE) onde constam denúncias sobre as condições de trabalho da tropa, incluindo o número insuficiente de homens. Em algumas localidades, a exemplo de Ibirajuba, Cupira, Panelas, Floresta e Trevo do Imbó, há carência de policiamento. A entidade informou que realiza os últimos ajustes para entregar o documento também ao Ministério Público de Pernambuco. (Folha-PE)

Blog: O Povo com a Notícia