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segunda-feira, 24 de março de 2014

3 mil ingressos 'somem' na inauguração da Arena da Amazônia

Ao todo, 3 mil ingressos colocados à venda e dados como esgotados para a inauguração da Arena da Amazônia, entre Nacional-AM e Remo, pelas quartas de final da Copa Verde, no último dia 9 de março, não constam no borderô divulgado pela CBF em seu site. As entradas destinadas ao setor vip eram divididas em um lote de 1.973 bilhetes e outro de 1.017 a R$ 100, cada, e deveriam ter rendido até R$ 300 mil aos cofres do time local, mandante da partida.

Os responsáveis pelo evento confirmaram no dia 5 de março que os 13 mil ingressos disponibilizados para compra pelos torcedores através da internet haviam acabado.
No boletim financeiro do confronto, no entanto, somente 9.875 bilhetes são informados como vendidos - 7.875 mil arquibancadas (R$ 50, cada) e 2 mil meias-entradas para estudantes e idosos (R$ 25, cada). Como a abertura do estádio em Manaus teve 20 mil lugares liberados, sendo 7 mil deles destinados a pedido do Governo aos funcionários que trabalharam nas obras, ficam faltando, portanto, os destinos de 3.125.

Para esclarecer o mistério, a reportagem procurou o coordenador da UGP da Copa no Amazonas, Miguel Capobiango.
"É um assunto que cabe, na verdade, ao promotor do jogo, o Nacional-AM, comentar. Até onde eu tenho conhecimento, tínhamos o compromisso de que somente 7 mil ingressos seriam doados aos operários da Andrade Gutierrez (responsável pela construção)", afirma ao ESPN.com.br.
O presidente do clube amazonense, Mário Cortez, assegura se tratar de uma falha de comunicação a controvérsia. Segundo ele, as 3 mil cadeiras que foram anunciadas como vendidas e não aparecem no borderô acabaram sendo, na verdade, repassadas ao Governo do Estado, que ficaria encarregado por distribui-las entre instituições de caridade.
Quando perguntado sobre em que momento esse acordo foi fechado, o cartola não se mostrou convicto.
"A doação foi feita...", disse.
"Quando fizemos essa reunião com o governador (Omar Aziz), ele pediu que fosse feita essa doação de 7 mil para a Andrade (Gutierrez) e 3 mil para essas instituições, e assim o fizemos. No total, vendemos uma carga de 9 mil e pouco. Para fechar a conta, ficam faltando 125, que foram divididos da seguinte maneira: 50 para a Caixa (patrocinadora da Copa Verde), 30 para a CBF, 20 para nossos atletas levarem as famílias, 20 para a ABIN (Agência Brasileira de Inteligência) e cinco para nosso médico", prossegue.
De acordo com o diretor de competições da federação amazonense de futebol (FAF), Ivan Guimarães, o Governo liberou até mesmo a cobrança da taxa de 10% referente ao aluguel do estádio na ‘troca de favores' com o Nacional-AM.
Ainda segundo ele, os três mil ingressos dados como esgotados e que não constam no borderô ficaram sob a responsabilidade da primeira dama do Estado, Nejmi Aziz, para a escolha das entidades de caridade a serem premiadas. A reportagem tentou contato com a assessoria de imprensa, mas não teve as suas ligações atendidas. O mesmo aconteceu ao procurar o site ingresse.com, responsável pela venda das entradas.
"O borderô (que está no site da CBF) é oficial, com todos os encargos, de acordo com a lei. Se tivéssemos vendido esses outros bilhetes, eles estariam ali", garante o diretor de competições da FAF, Ivan Guimarães.
A Arena da Amazônia custou R$ 604 milhões ao poder público, R$ 89 milhões a mais do que o previsto. Ao ser indagado pela ESPN durante a sua inauguração sobre o destino que o estádio terá após a Copa, o governador do Estado, Omar Aziz, não se mostrou confortável. "É problema nosso, não é de vocês. Isso é problema do povo amazonense, não é seu. Não é problema da imprensa do sul (sic). É nosso o problema, deixa com a gente. Se nós tivemos competência para construir uma arena desse porte, nós teremos competência para dar um legado. E você acha um legado o Maracanã botar 300 pessoas para assistir a um jogo?", respondeu. (msn)

Blog: O Povo com a Notícia