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domingo, 7 de setembro de 2014

PETROBRAS: Mensalão não inibiu políticos de continuar esquema de corrupção

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Todo o processo de investigação, julgamento e condenações pelo caso do mensalão não intimidou políticos, e a corrupção continua, conforme comprova o novo escândalo envolvendo a Petrobras, denunciado pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa.

Para o professor de Ciência Política da Universidade de Brasília (UnB) Antonio Testa, essa nova denúncia de desvio de recursos da Petrobras que teria beneficiado parlamentares, governadores e até ministro mostra a que ponto a apropriação do estado por interesses privados chegou no Brasil.
É a exacerbação da apropriação do estado pelos interesses privados. A Petrobras virou um condomínio, onde vários partidos convivem numa coligação fraudulenta há anos. O mensalão trouxe um aprendizado, um avanço, mas foi pífio, porque nossas instituições são frágeis.

Testa é cético com relação a um desfecho com punições exemplares.
— Dificilmente vão cassar mandatos. São políticos muito poderosos citados até agora. Veja no caso do mensalão. Tem condenado cumprindo pena no regime semiaberto e outro em casa.
No cenário eleitoral, o professor vê potenciais prejuízos à candidatura de Dilma Rousseff e duvida que um suposto envolvimento do ex-governador Eduardo Campos no esquema possa atingir a popularidade de Marina Silva (PSB).
— Diferente do mensalão, que aconteceu muito longe da eleição, esse caso apareceu às vésperas da eleição. Acho que o Aécio vai falar disso agora até o fim da eleição, na tentativa de o escândalo possa ajudá-lo. Eu acho bem difícil ele se recuperar a ponto de garantir o segundo turno. Ele tem condições, sim, de fragilizar a candidatura da Dilma, mas quem pode ganhar com isso é a Marina, que pode vencer até no primeiro turno.
TRANSPARÊNCIA E CONTROLE PARA EVITAR NOVOS CASOS
Para Marco Antonio Teixeira, professor da Fundação Getúlio Vargas, o escândalo do mensalão fez o Brasil avançar na punição de políticos corruptos, o que antes era pouco usual. Esse novo caso, que vem à tona com as revelações do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, mostra agora a necessidade de se investir em ações de controle para começar a evitar que a corrupção tenha espaço nas gestões.
— Eu acho que tivemos, sim, um avanço com o mensalão, que foi punir tanto o corruptor como quem é corrompido. Mas a corrupção continua existindo, e essas denúncias nos levam a buscar um outro aprendizado, que é procurar mecanismos para evitar que ela aconteça novamente — defende o professor.
Ele acredita que, para isso, é fundamental dar ênfase à transparência nos contratos.
— Precisamos reforçar os órgãos de controle de gestão, dar maior transparência aos contratos para dificultar essas negociatas e, acima de tudo, ter vontade política para enfrentar a corrupção.
Teixeira não acredita num impacto relevante desse escândalo nos rumos da eleição este ano.
— Eu acredito em um efeito residual.
Ele também acredita que, além de Dilma, Marina e Aécio Neves também têm “vidraças”.
— Dilma é atingida diretamente porque ela é a responsável pela Petrobras. Já Marina tem Eduardo Campos entre os supostos envolvidos, e Aécio conta com apoiadores na lista de políticos que receberiam propina. (O Globo)

Blog: O Povo com a Notícia