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quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Criador do 'Bode Gaiato' faz Enem e espera questões sobre redes sociais

As novas tecnologias da informação e comunicação são uma realidade nas relações sociais contemporâneas e contribuem para uma maior integração das pessoas. Quem é nordestino, por exemplo, já deve ter se divertido bastante e compartilhado entre os amigos as tiras do Bode Gaiato, perfil criado no Facebook, em 2013, pelo pernambucano Breno Melo, 21 anos. Ele fará no próximo fim de semana o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) pela terceira vez e sabe que a página dele tem tudo a ver com temas que podem ser cobrados em questões na área de ciências humanas, linguagens, códigos e suas tecnologias. FAÇA AGORA O SIMULADO FINAL DO ENEM

Breno Melo criou a página em janeiro de 2013, aos 19 anos, e logo virou sucesso com as histórias do bode "Junin". A página pulou de 800 mil seguidores em maio, quando o G1 entrevistou o criador do perfil pela primeira vez, para quatro milhões, em novembro deste ano.

Breno terminou o ensino médio em 2010, quando fez o Enem por experiência e tirou 636. Em 2011, fez a prova pra valer e tirou 633, o suficiente para conseguir uma vaga no curso de engenharia elétrica na Universidade Federal de Campina Grande, na Paraíba.

Sem tempo para estudar, largou o curso ainda no segundo período. “Engenharia requer dedicação total, e a página e outros compromissos relacionados a ela estavam me tomando muito tempo, então achei mais vantajoso dar mais atenção ao Bode”, explicou.

Agora, Breno fará o Enem pela terceira vez para conquistar uma vaga no curso de publicidade. “O envolvimento com a área, ao administrar a página, me fez gostar e querer me profissionalizar”, apontou.

Ele confessa que não estudou para a prova. “Eu vou fazer o Enem para ver o meu desempenho, acho que tenho uma base boa sobre o que aprendi na escola. Quem sabe, se a nota for boa, posso tentar um Sisu [Sistema de Seleção Unificada] ou Prouni [Programa Universidade para Todos] e não precisarei pagar por uma faculdade particular”, disse.

Breno gasta uma média de cinco horas diárias para cuidar da página, mas garante que se dedicará aos estudos. “Acredito que o Bode vai render por algum tempo ainda, o site será lançado esse mês. Mas quero fazer [o curso] para assegurar o futuro mesmo, é importante ter um curso superior. Além disso, pretendo abrir uma agência de publicidade. E também já fiz um curso de DJ, pretendo começar a tocar também”, contou.
O jovem acredita que a temática das redes sociais pode ser cobrada no exame. “Acho que pode ser abordada através da influência que elas têm hoje em dia, a exemplo dessas eleições, que foi praticamente a primeira em que grande parte da população teve acesso à rede social”, disse. Breno, inclusive, disse que já recebeu provas que usaram tiras do Bode Gaiato, enviadas por fãs do personagem.

O professor de filosofia e sociologia Fábio Medeiros aborda outra dimensão das redes sociais que pode ser cobrada no Enem. "No campo sociológico, as redes sociais criam novos hábitos culturais, com rápida transmissão de informação, o que pode gerar relações secundárias, para não dizer superficiais. Mesmo com esse contato menos próximo, as redes, por outro lado, têm um grande poder de mobilização, que a gente pode ver nas manifestações do ano passado e nas campanhas presidenciais deste ano. São assuntos que podem aparecer em questões”, comentou.

Clique aqui para rever a resolução de quatro perguntas sobre filosofia e sociologia pelo professor no aulão do Projeto Educação da Globo Nordeste, que ocorreu no último dia 19, no Chevrolet Hall, em Olinda. Fábio Medeiros falou sobre política, democracia, cidadania, teoria do conhecimento, movimentos sociais, indústria cultural, entre outros temas. (G1)

Blog: O Povo com a Notícia