Mergulhada na pior crise de
imagem desde que o PT chegou ao poder, a presidente Dilma Rousseff vai buscar a
ajuda do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do marqueteiro João Santana
para afinar uma estratégia de recuperação da popularidade.
Segundo a Folha apurou, Dilma e Lula ficaram de se
encontrar nesta semana. A reunião, porém, depende de um espaço na agenda de
ambos. No caso de João Santana, o encontro será na sexta (13).
Dilma e Lula estiveram juntos na sexta (06), na festa de 35 anos do
PT, em Belo Horizonte. O encontro, o primeiro desde a posse da petista, ocorreu
antes da divulgação da pesquisa do Datafolha.
A presidente não ouve os dois há muito tempo. No caso de Lula,
apesar do encontro recente, os dois não tiveram tempo para falar sobre os
problemas do governo.
Em relação a Santana, a única vez em que estiveram juntos foi no
ano passado, quando ele a ajudou a produzir o discurso de posse.
O Datafolha mostrou forte deterioração da avaliação da presidente.
Cerca de metade (47%) dos brasileiros a considera desonesta, falsa (54%) e
indecisa (50%). Esses dados, somados à perda de apoio em estratos mais pobres,
foram o que mais assustaram Dilma.
A pesquisa apontou que 44% classificam o governo como ruim ou
péssimo. É a mais baixa avaliação desde Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
O encontro com Lula deve colocar em marcha um conjunto de ações
para uma reação. A relação entre os dois sofreu um esfriamento desde a eleição.
Acostumada a consultá-lo, Dilma tem tomado decisões mais solitárias, como a que
levou Aldemir Bendine ao comando da Petrobras.
Nesta segunda (09), a presidente e seus principais ministros
resolveram finalizar, o mais rápido possível, o pacote de medidas anticorrupção
a ser enviado ao Congresso.
A ideia é tentar, com isso, reverter alguns pontos de desaprovação
nas pesquisas. O pacote, porém, é promessa antiga, feita ainda na eleição.
O tema corrupção, impulsionado pelos desdobramentos das
investigações sobre os desvios na Petrobras, rivaliza com a saúde pública como
o principal problema do país, mostrou o Datafolha –21% e 26%, respectivamente. ( Da
Folha de S.Paulo – Natuza Nery e Mariana Haubert)
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