O alto comando do PT está
convencido de que a força-tarefa da Operação Lava Jato estoca material para
enroscar o ex-ministro petista José Dirceu nas investigações sobre corrupção na
Petrobras. Em conversa com advogado que atua no caso, um cacique do petismo
declarou que, embora já não tenha dúvidas quanto aos objetivos dos
investigadores, o PT ainda não dispõe de uma estratégia para lidar com o que
chamou de “efeito Dirceu.”
Afora
o receio da decretação da prisão de Dirceu, o PT teme que PMDB e PSDB se juntem
para aprovar requerimento convocando-o para depor na CPI da Petrobras
— exatamente como foi feito com o coletor petista João Vaccari Neto, submetido a
uma longa e constrangedora inquirição na Câmara dias antes de ser preso.
Condenado no julgamento do mensalão, Dirceu encontra-se em prisão domiciliar.
Por
ora, o grande problema do PT é o esgotamento da tática que adota a filosofia
dos Mosqueteiros: “um por todos e todos por um''. Reunido na semana passada, o
diretório nacional do partido divulgou uma resolução que carrega em seu miolo
um trecho que expõe a falência desse modelo: “Não
faz parte da nossa história, da nossa tradição democrática, de nossa ética
pública e de nossa prática na democracia brasileira a convivência e a
conivência com a corrupção. Se algum dirigente ou filiado praticou
corrupção não foi em nome dos petistas. E, se comprovadamente algum
filiado incorreu em corrupção será expulso.”
No
escândalo do mensalão a corrupção foi atestada pelo STF, a mais alta Corte do
país. E nenhum dos integrantes da bancada da Papuda foi expulso da legenda.
Deu-se o oposto. O companheiro Delúbio Soares, único legionário do mensalão que
havia sido expurgado dos quadros da legenda, foi readmitido — uma evidência de
que a manutenção dos segredos do PT cobra um alto custo à imagem do partido. (Por Josias de Souza)
Blog: O Povo com a Notícia