Um pedido de habeas corpus endereçado ao presidente do Superior Tribunal
de Justiça (STJ), ministro Francisco Falcão, surpreendeu nesta segunda-feira
funcionários da Seção de Protocolo de Petições da Corte. Dentro de um envelope,
eles encontraram caprichosamente dobrado cerca de um metro de papel higiênico
com o pedido, escrito de próprio punho por um preso do Centro de Detenção
Provisória (CDP) I de Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo.
O detento argumenta na correspondência que está preso irregularmente,
por um crime já prescrito, desde 2006.
De acordo com a legislação brasileira, o habeas corpus pode ser
impetrado por qualquer pessoa (e não só por advogados), em qualquer meio.
O ministro Francisco Falcão apreciou o pedido e o remeteu ao Tribunal de
Justiça de São Paulo (TJ-SP), já que, segundo o STJ, o caso não se enquadra nas
hipóteses em que a Constituição autoriza a análise do habeas corpus pelo STJ.
Segundo funcionários da Corte, esse é o primeiro pedido de liberdade que
chega ao local através de um papel higiênico. O STJ já havia recebido, em maio
do ano passado, dois pedidos similares escritos pelo mesmo detento em pedaços
de lençol.
O papel higiênico foi fotocopiado e digitalizado. A peça, a exemplo dos
pedaços de lençol, irá agora para o acervo do Museu do STJ. (O Globo)
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