Por
determinação do juiz Sérgio Moro, retornaram aos cofres da Petrobras R$ 157 milhões surrupiados pelo
ex-gerente Pedro Barusco. Em pajelança realizada na sede do Ministério Público
Federal, o procurador-geral da República Rodrigo Janot fez o repasse simbólico
do dinheiro ao presidente da Petrobras Aldemir Bendine. Ao discursar, Bendine praticamente virou a página.
“Um dia como este, em que retomamos a primeira parcela
dos recursos perdidos por conta destas práticas, reforça que a Petrobras está
no rumo certo para superar esta crise e voltar a ser fonte não só de
orgulho, mas de boas perspectivas e de bons resultados para seus empregados,
seus acionistas e para toda a sociedade brasileira.''
O companheiro decerto perdeu as lentes de contato. A
Operação Lava Jato tem 420 dias de existência. Já produziu resultados
extraordinários. Mas um descalabro de 12 anos não pode ser superado em tão
pouco tempo. Se tudo der certo, a maior estatal brasileira talvez tenha sua boa
imagem de volta em duas décadas. Antes, muitas páginas ainda serão viradas.
Para trás.
Graças à delação premiada, tão criticada pelo petismo, o
Estado começa a apalpar um butim que, noutras circunstâncias não retornaria às
arcas públicas em menos de uma década. Somando-se a recuperação de dinheiro com
os bens já bloqueados, amealharam-se por ora R$ 580 milhões. É um feito
notável. Mas representa pouco, muito pouco, pouquíssimo perto do total do
assalto — coisa de mais de R$ 6 bilhões.
Bendine repisou a tecla segundo a qual a Petrobras foi
uma “vítima” nas mãos de funcionários gananciosos e empreiteiros
inescrupulosos. Esse lero-lero é muito conveniente. Mas não fica em pé. Não é
todo dia que ladrões levam bilhões de uma estatal do porte da Petrobras como
quem rouba sorvete de uma criança. Os últimos e os penúltimos dirigentes da
estatal têm muito a explicar.
De resto, convém não esquercer o essencial: com a
anuência de Lula e a complacência de Dilma, os larápios foram enfiados dentro
dos cofres da companhia por PT, PMDB e Cia.. Ou lembramos disso ou a coisa toda
acaba ficando parecida com o caso do sujeito que matou pai e mãe e, na hora do
julgamento, pediu ao juiz que tivesse pena de um pobre órfão. A pilhagem na
Petrobras não é órfã. (Por Josias de Souza)
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