Pendurada no alto de todos os
principais sites de notícias na tarde desta quarta-feira (19), a notícia de que
a Procuradoria denunciaria Eduardo Cunha ao STF fez tudo parecer irrisório na
Câmara. Reunido em seu gabinete com um grupo de líderes partidários para
discutir a pauta da sessão noturna, Cunha viu-se obrigado a tratar de Lava
Jato. Serei denunciado, disse, chovendo no molhado. Não tem nada contra mim,
acrescentou, antes de reiterar que foi escolhido como alvo pelo
procurador-geral da República Rodrigo Janot. Não explicou o porquê da alegada
perseguição.
A
certa altura, Cunha indagou: Por que não são denunciados os petistas? Cadê os
petistas? Referia-se a investigados como os senadores Humberto Costa (PE),
Lindbergh Farias (RJ) e Gleisi Hoffmann (PR), todos filiados ao PT. Sem citar o
nome de Renan Calheiros, seu companheiro de PMDB, Cunha insinuou que o
presidente do Senado também não consta da primeira leva de denunciados por
conta de um “acordão” que teria celebrado com Dilma Rousseff e Rodrigo Janot.
Durante a conversa, Cunha falou várias vezes em “acordão” como neologismo para
acobertamento.
Os
líderes foram ao gabinete da presidência do Senado para tratar da votação da
emenda que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos, que seria aprovada em segundo turno horas depois. Entre os
presentes, havia representantes do PMDB e também dos oposicionistas PSDB e DEM.
Cunha não pediu nada aos interlocutores. Mas pelo menos um dos líderes enxergou
um apelo escondido nas entrelinhas do fraseado de Cunha. Foi como se ele
dissesse: não me deixem só. Por que só eu, o Ciro Nogueira e o Fernando
Collor?, indagou, citando os outros dois nomes levados ao noticiário como
denúncias na bica de acontecer. (Via: Josias de Souza)
Blog: O Povo com a Notícia