O cenário de perdas salariais,
estopim do motim de policiais militares no Espírito Santo, é
comum a outros Estados do país. Levantamento
da Folha em
19 unidades da federação mostra que o salário inicial da categoria aumentou nos
últimos cinco anos, mas ficou abaixo da inflação em pelo menos oito delas,
incluindo o Espírito Santo.
Mesmo
onde houve um reajuste expressivo, a insatisfação dos policiais é latente,
motivada pela falta de estrutura, discrepância de ganhos entre altas e baixas
patentes e aumento de horas-extras. "No
geral, o salário é só a ponta do iceberg", diz Arthur Trindade Costa,
professor da UnB (Universidade de Brasília) e membro do Fórum Brasileiro de
Segurança Pública.
Uma
das principais queixas são as diferenças salariais dentro da corporação: os
oficiais chegam a ganhar até cinco vezes mais que os praças, que atuam no
policiamento ostensivo. "O militarismo é um sistema bom para deixar muitos
ganhando pouco e poucos ganhando muito", diz Rafael Alcadipani, professor
da FGV-SP.
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