Quase todos os partidos da base
de sustentação do presidente Michel Temer registraram traições ao governo na
votação do requerimento de urgência para votação da reforma trabalhista, na
noite desta terça-feira (18). Até mesmo o PMDB, partido de Temer, traiu na
Câmara, provocando uma imensa dor de cabeça para o Palácio do Planalto, que
esperava aprovar a urgência com um mínimo de 308 votos.
A intenção era utilizar a votação
desta terça como vitrine e sinalizar ao mercado financeiro que a base aliada
estava unida e que havia votos suficientes para aprovar o que governistas
chamam de "mãe das reformas", a reforma da Previdência. Esta
precisa de ao menos 308 votos, pois é uma PEC (Proposta de Emenda à
Constituição). Não adiantou nem mesmo o empenho pessoal de Temer, que fez
pessoalmente apelo aos deputados.
A urgência foi derrotada pois obteve
apenas 230 votos a favor, quando eram necessários 257. No PMDB, partido de
Temer e maior legenda da base, oito dos 48 deputados votantes foram contra a
urgência.
No PSDB, principal aliado do governo, dois foram contrários e um deputado,
Izaque Silva (SP), se absteve.
Os principais traidores foram o PSB e
o PR. No primeiro, os votos "não" superaram os "sim": 19 a
12. No segundo, foram 16 votos a favor, mas nove contra.
A maioria dos votos "não" do Solidariedade já era esperada, pois o
partido é ligado à Força Sindical, que tem protestado contra o fim da
obrigatoriedade do imposto sindical. Foram nove votos contrários, ante quatro
favoráveis.
O DEM foi a única legenda governista
que não traiu. Foram 23 votos a favor. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia
(DEM-RJ), não vota. (Via: Folhapress)
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