A marqueteira Mônica Moura,
mulher e sócia do marqueteiro João Santana, afirmou em depoimento ao juiz
Sergio Moro nesta terça-feira (18) que recebeu recursos de caixa dois nas
campanhas de Dilma em 2010 e 2014 e também na de Lula, em 2006.
Segundo ela, foram pagos cerca de R$ 10 milhões em conta no exterior pela
campanha presidencial de 2010 e também outros valores, que a marqueteira não
soube precisar, em dinheiro.
Mônica Moura não detalhou quanto foi pago em caixa dois nos outros casos, mas
disse que "em todas as campanhas sempre trabalhamos com caixa dois,
recursos não contabilizados".
"Não acredito que exista um marqueteiro no Brasil fazendo campanha com
caixa um. Todos [trabalham] com caixa dois. Era uma exigência dos
partidos", afirmou.
A Odebrecht, de acordo com ela, também fez pagamentos para as campanhas
das senadoras Marta Suplicy (então PT, hoje PMDB) à Prefeitura de São Paulo e
Gleisi Hoffmann (PT) à Prefeitura de Curitiba, em 2008. Em 2012, Moura disse
ter recebido dinheiro da empreiteira pelas campanhas à prefeitura de Fernando
Haddad (PT) em São Paulo e do deputado Patrus Ananias (PT), em Belo Horizonte.
"Posso lhe dizer com segurança que todos eles [os candidatos] sabiam dos
valores exatos e de quanto estavam nos pagando e de quanto era o pagamento",
afirmou.
De acordo com a marqueteira, o ex-ministro Antônio Palocci era quem
negociava no PT os recursos não contabilizados entre 2006 e 2012. Depois, quem
assumiu o posto foi o ex-tesoureiro da legenda, João Vaccari Neto.
João Santana e Mônica Moura depuseram durante cerca de duas horas em ação
contra Palocci, na sede da Justiça Federal em Curitiba. Saíram por volta das
18h, sob protesto de grupos de pessoas acampadas em frente ao prédio. (Via: Folhapress)
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