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segunda-feira, 15 de maio de 2017

Polícia da PB tem pelo menos 70 suspeitos de participar de fraudes em concursos e vestibulares


Aproximadamente 70 pessoas já foram identificadas pela polícia da Paraíba como suspeitas de participação no esquema que fraudou pelo menos 70 concursos e vestibulares. O número de aprovados através da venda de gabaritos passa de 500, de acordo com o levantamento da investigação até esta segunda-feira. Apesar dos números, a polícia identificou que não há vazamento de gabaritos por meio de empresas organizadoras das seleções, que a atuação da quadrilha é independente.

O resultado das duas primeiras fases da Operação Gabarito foi apresentado na manhã desta segunda-feira (15), mas o delegado responsável pelas investigações, Lucas Sá, diz que a investigação começou a partir de uma denúncia anônima e que o trabalho deve demorar a ser concluído. “Isso é só o começo do trabalho da polícia civil", diz. 

Até a sexta-feira (13), 25 pessoas já tinham sido presas, sendo 19 no dia 7 e outras seis na sexta-feira. O esquema contava com professores de matemática, raciocínio lógico, português, direito e informática, contratados para responder às provas e passar os gabaritos, mas o grupo também contava com uma assessoria jurídica. Essa assessoria era acionada em casos de candidatos que pudessem ter problemas com desclassificações.

25 já foram presos: Durante a audiência de custódia dos 19 presos no domingo aconteceu na segunda-feira (8) em João Pessoa e a Justiça manteve a prisão dos suspeitos. Entre eles está um servidor do Detran, Diones Leite. Segundo o advogado do suspeito, Iarley Maia, o funcionário público nega participação no esquema. "A única coisa que existe é que ele conhece uma das pessoas envolvidas, mas isso não quer dizer que ele fez nada ilegal", disse o advogado. A assessoria de imprensa do Detran-PB confirmou a prisão do funcionário e disse que vai apurar os fatos para que as medidas cabíveis possam ser tomadas.

O concurso do órgão, realizado em 2013, está na lista dos 60 que teriam sido fraudados pelo grupo, segundo a polícia. O assessor jurídico do órgão, José Serpa, informou que o Detran vai esperar a finalização do inquérito policial e que caso a fraude na aprovação de candidatos seja comprovada, as medidas cabíveis vão ser tomadas para o afastamento dos envolvidos no o esquema fraudava concursos.

As fraudes começaram em 2005, e mais de 500 pessoas já foram beneficiadas com o esquema em concursos na Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Rio Grande do Norte, Sergipe e Piauí. O valor pago pelas pessoas para o grupo já acumulava pelo menos R$ 18 milhões.

O esquema funcionava por meio de escutas e transmissões eletrônicas durante a aplicação das provas. Parte dos suspeitos ficavam na casa onde os líderes do grupo foram presos, em João Pessoa, e eram responsáveis por receber as informações das provas de outros integrantes do grupo que faziam as provas. “Eles repassavam as informações para os ‘professores’, que respondiam as questões e mandavam os gabaritos para os candidatos”, explica Lucas Sá.

Segundo o delegado, os “clientes” do grupo eram contatados principalmente em cursinhos e por meio redes sociais. “São muitas as maneiras, mas as principais são pelo Facebook, WhatsApp e indicação de pessoas de cursinhos. Vários desses professores [presos] são professores de cursinho. Então eles acabam indicando a organização para os alunos desses cursos e fazendo a proposta de ingressar no esquema fraudulento”, disse o delegado. (Via: G1 PB)

Blog: O Povo com a Notícia