A data que o deputado cassado
Eduardo Cunha (PMDB-RJ) diz ter se reunido com o ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva (PT) e o empresário Joesley Batista para discutir o impeachment
coincide com o momento em que a então presidente Dilma Rousseff, com a ajuda do
antecessor, tentava a todo custo segurar no governo o PMDB, considerado naquele
momento um fiel da balança. O encontro, não confirmado nem por Lula nem por
Joesley, teria acontecido a três dias da reunião em que o Diretório Nacional
peemedebista decidiu pelo desembarque e apoio ao impeachment.
Na carta escrita da prisão e divulgada na segunda-feira (19), Cunha disse
que a reunião com Lula e Joesley ocorreu na casa do empresário, em São Paulo,
em 26 de março de 2016. Naquele dia, Lula não teve agenda pública. Mas, no dia
seguinte, um domingo, ele se encontrou em São Paulo com o então vice Michel
Temer, que na ocasião também era presidente nacional do PMDB, para tentar adiar
a decisão.
Temer, que havia cancelado uma
viagem que faria naquele fim de semana a Portugal para intensificar as
articulações no partido, disse a Lula que o rompimento era inevitável, ainda
mais depois que Dilma nomeou o deputado Mauro Lopes (PMDB-MG) para a Secretaria
da Aviação Civil. A nomeação passava por cima da moção aprovada pelo partido,
proibindo nomeações no governo.
Em nota, Joesley afirmou que a carta de Cunha atribui a ele afirmações que
nunca fez. “O empresário reafirma que destacou dois encontros com o
ex-presidente Lula, um em 2006, quando assumiu o comando da empresa, e outro em
2013. A partir de então, como já relatado por ele, não apenas esteve em outras
ocasiões com o ex-presidente Lula como também intermediou encontros de
dirigentes do PT com Eduardo Cunha.” O Instituto Lula disse que não iria
comentar o assunto. (Via: Estadão)
Blog: O Povo com a Notícia