O ex-presidente da Câmara dos
Deputados e responsável por colocar em votação o processo de impeachment de
Dilma Rousseff (PT), Eduardo Cunha (PMDB) completa nesta quinta-feira (19) um
ano de prisão.
Cunha foi preso em Brasília por ordem de Sergio Moro em outubro de 2016.
Segundo o juiz, a liberdade do ex-parlamentar "representava risco à ordem
pública" e havia "possibilidade concreta de fuga".
Em março deste ano, o ex-deputado foi condenado a 15 anos e quatro meses
de prisão pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão fraudulenta
de divisas.
Pouco antes da condenação, Cunha disse em depoimento a Moro ter um
aneurisma e afirmou que os presos da Lava Jato correm "risco" nos
presídios.
No Complexo Médico Penal, em Pinhais, no Paraná, onde está preso, Cunha
foi integrado à equipe de presidiários que distribui as marmitas, incluindo o
café da manhã, que começa às 6h. Segundo a Lei de Execução Penal, a cada três
dias trabalhados, o detento abate um dia de pena.
Apesar de tratado com reverência pelos detidos na Lava Jato, o ex-parlamentar é
tido como o mais frio dos presos que já passaram pelo presídio.
Cunha é acusado de receber propina de US$ 1,5 milhão em um negócio da Petrobras
em Benin, na África. Além do recebimento do dinheiro, o ex-deputado também foi
condenado por ter ocultado os valores entre 2011 e 2014, enquanto era deputado,
segundo Moro.
Ele nega irregularidades e diz que as contas pertencem a trusts
(instrumento jurídico usado para administração de bens e recursos no exterior),
e não a si próprio.
De acordo com o operador financeiro Lúcio Funaro, em depoimento à Lava
Jato, Cunha era um "banco de corrupção de políticos", sendo que"
todos que precisavam de recursos pediam ele".
Funaro afirmou ainda que Cunha repassava percentual da propina oriunda de
esquemas de corrupção ao presidente Michel Temer. (Via: Folhapress)
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