“Como passar da fase 22 Uncharted”
foi pesquisado recorrente na internet de um celular do ex-ministro Geddel Vieira
Lima na tarde de 8 de dezembro do ano passado, segundo os registros do aparelho
iPhone apreendido pela Polícia Federal.
Havia 13 dias que Geddel deixara o ministério de Michel Temer (Secretaria
de Governo), em um episódio envolvendo o também então ministro Marcelo Calero
(Cultura) e um prédio numa área tombada de Salvador.
Entre as pesquisas sobre o jogo de videogame "Uncharted 4 — O Fim de
um Ladrão", o celular do peemedebista também registra acessos a notícias
sobre a Odebrecht e a Operação Lava Jato.
Há ainda mensagens trocadas com familiares, amigos e políticos — dentre as
quais os investigadores não destacaram nenhuma com conteúdo
suspeito. "Uncharted" é uma das séries de jogos de aventura de
maior sucesso do Playstation 4. Narra a história de Nathan Drake, um caçador de
tesouros que viaja pelo mundo em busca de fortuna.
A fase 22, que figura nas buscas do celular, leva o título do jogo
—"O Fim de um Ladrão". Na mesma tarde, houve pesquisas sobre como
passar da fase 20, "Sem Saída". Três dias antes, em 5 de
dezembro, o celular acessou texto do colunista Celso Rocha de Barros, da Folha:
"O 'Lehman Day' da política brasileira está chegando, e vai ser
feio", sobre a então iminente delação da Odebrecht.
Também houve clique na reportagem "Ministro do TCU e deputado do PT
são alvos da Lava Jato", que noticiava que, naquela data, o ministro Vital
do Rêgo e o ex-presidente da Câmara Marco Maia (PT-RS) tinham sido alvos de
mandados de busca e apreensão na Lava Jato.
Na agenda de contatos, além de Lúcio Vieira Lima, seu irmão, havia o
contato de "Lucio F" — Lúcio Funaro, apontado como operador
financeiro do PMDB e delator. Foi por causa de telefonemas via aplicativo
WhatsApp para a mulher de Funaro, Raquel, que Geddel foi preso preventivamente
em julho deste ano. A suspeita é que ele tenha "sondado" Funaro para
que ele não fechasse o acordo de delação.
Solto semanas depois, Geddel voltou a ser preso preventivamente, agora por
causa de R$ 51 milhões encontrados em um apartamento em Salvador apontado como
"bunker" do ex-ministro. (Via: Folhapress)
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