Por Adriano Roberto
Cheguei tarde na reunião
oposicionista do Arcádia, no Paço da Alfandega. Mas ainda peguei os principais
atores em cena. No espetáculo que teve os coadjuvantes primeiro, me relataram
que dentre esses o discurso de Silvio Costa Filho foi afinado e o do Antonio
Campos foi um desastre.
Ambos dentro da previsão, Silvinho é
líder da oposição e tem um discurso pronto em qualquer ambiente. Tonca, como é
mais conhecido o irmão do ex-governador Eduardo Campos já tem fama de não ser
amigo nem dele mesmo. Cheguei a tempo de ver parte do discurso do Senador,
Fernando Bezerra Coelho, com um ar raivoso de quem não tem nada a perder, pois
ainda está garantido no mandato por mais quatro anos.
Mandato que lhe foi
concedido pelo atual governador o qual ele agora faz
oposição. Normal essa situação. Afinal de contas, o discurso do outro
senador, Armando Monteiro, que foi muito muito mais ameno, já começou na
eleição passada contra o mesmo PSB que o elegeu para aquela casa maior da
República. Senti Armando meio em cima do muro, falando que é oposição, mas não
marcando terreno nela. Como quem pode pular a qualquer momento para o outro
lado.
O mesmo “em cima do muro” senti no
discurso de Mendonça Filho. Afinal de contas ele olha para um lado e vê pessoas
que lhe deram as costas na sua eleição para governador depois de Jarbas e olha
para o outro e vê vários políticos que até bem pouco tempo estavam todos no
palanque do mentor do atual governo do qual ele foi adversário. É uma
situação bem difícil.
Todos ficaram jogando no
colo, um do outro, a responsabilidade de ser oposição e acabou que só
FBC conseguiu empolgar os que estavam presentes com um discurso do
“Pernambuco quer mudar”, inspirado, raivoso, mas sem objetividade.
Pernambuco quer mudar pra que?
Porque? Pra onde? Quem sabe o que o eleitor está exigindo dos políticos que
querem se arvorar a serem representantes desse eleitor?
Uma coisa boa eu vi em todos os
discursos, todos tiveram a humildade de dizer que não querem ser a cabeça
de chapa e que querem a unidade de todos que ali
estiveram, independente do posicionamento de governador, senador,
vice ou parlamentar na chapa. Mas é exatamente aí onde o bicho pega! Como
comportar tantos egos dos que estão aí nesta foto, com tanta humildade nos
discursos? O tempo vai dizer.
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