Cerca de 1,5 milhão de servidores
estaduais correm o risco de não receber o 13º salário até o fim do ano. Em
situação fiscal delicada, os Estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rio
Grande do Norte e Minas Gerais já enfrentam dificuldades mensalmente para
levantar recursos para arcar com a folha de pagamento e seus funcionários devem
penar para receber o salário extra. No Piauí, os servidores públicos já
receberam 50% do 13º, mas o governo ainda não sabe como fazer para pagar a
segunda parcela.
No Rio Grande do Sul, será o terceiro ano consecutivo em que
os funcionários não receberão no prazo. O 13.º de 2015 foi pago aos
trabalhadores apenas em junho do ano seguinte, com correção de 13,67% – o valor
médio cobrado por empréstimos bancários tomados pelos servidores à época.
O salário extra do ano passado foi parcelado em dez vezes e,
agora, não há definição em relação ao de 2017.
No Estado, há quase dois anos, o salário mensal dos 342 mil
funcionários, aposentados e pensionistas é pago com atraso – de duas semanas,
em média. A folha de pagamento soma cerca de R$ 1,4 bilhão, mas R$ 800 milhões
costumam faltar todos os meses.
No Rio de Janeiro, que fechou acordo de recuperação fiscal
com o governo federal em setembro, as perspectivas também são bastante ruins
para os servidores públicos: quase metade dos 470 mil trabalhadores ainda não
receberam nem o 13.º do ano passado, e 15 mil deles não viram o pagamento de
agosto.
Com uma folha mensal de R$ 1,7 bilhão, o Estado aguarda
empréstimo de R$ 2,9 bilhões – que faz parte do pacote de resgate financeiro –
para pagar os trabalhadores, informou, em nota, a Secretaria da Fazenda.
Com 99 mil servidores e uma folha de R$ 365 milhões, o Piauí
já pagou aproximadamente R$ 180 milhões em 13º salário neste ano – os
funcionários recebem a primeira parcela no mês de aniversário. Para quitar o
restante, porém, ainda não há recursos disponíveis.
Sem previsão
Em Minas Gerais e Rio Grande do Norte, que também integram a
lista de Estados em situação fiscal complicada, os governos têm pago, desde
2016, os trabalhadores de forma escalonada: primeiro recebem os que têm
salários mais baixos e, conforme entram recursos, os demais. A Secretaria de
Fazenda de Minas informou que não há definição sobre o pagamento do 13º. Já a
secretaria do Rio Grande do Norte afirmou que pretende pagar o salário ainda em
dezembro. (Via: Estadão)
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